Definições
- Diarreia
aguda
. aquosa
. disenteria: com muco e sangue
- Diarreia
persistente: dura mais que 14 dias
Etiologia – Diarreia aguda aquosa
- Rotavírus:
principal agente causador em crianças menor que dois anos de idade
- ETEC (E.
coli enterotoxigênica): atuam via enterotoxinas
- EPEC (E.
coli enteropatogênica)
- Vibrião
colérico: último surto no Brasil na década de 90. De lá para cá, praticamente
ausente no Brasil
Inibem a
absorção de água e eletrólitos
Contato direto
com o epitélio, ou produção de enterotoxina
Etiologia – Disenteria
- Shigella
(mais comum)
-
Campilobacter
- EIEC
(enteroenvasiva)
- EHEC
(enterohemorrágica)
- Salmonella
Avaliação do Paciente
Estados
de Hidratação - Conduta
Sem desidratação: alerta, sede normal, perda de peso
menor que 3%, alerta, sede normal, TEC > 3 segundos, pulsos normais, olhos
normais, lágrimas presentes, mucosas úmidas, sinal da prega desaparece
rapidamente
Desidratado (leve ou moderada): irritado, sede
aumentada, perda de 3 a 9%, irritada, sedenta, TEC 3 a 5 segundos, olhos
fundos, lagrimas ausentes, mucosas secas, pulsos débeis, sinal da prega
desaparece lentamente
Desidratação grave: comatoso, perda de maior ou igual
a 10%, letárgica, incapaz, TEC > 5 segundos, olhos muito fundos, lágrimas
ausentes, mucosas muito secas, pulsos muito débeis, sinal da prega desaparece
muito lentamente (> 2 segundos); para ser considerado nessa categoria, é
necessário ter dois dos parâmetros acima, sendo que um necessariamente deve ser
sede, sinal da prega, pulsos ou enchimento
Tratamento
Sem
desidratação: Plano A
Desidratado:
Plano B
Desidratação
grave: Plano C
Plano
A – Evitar desidratação
Soro caseiro
após evacuação diarreica (solução glicosalina -
entre 40 e 50 mEq/L de Na+)
1 copo de água fervida ou filtrada de 200ml +
1 pitada de sal + 1 punhado de açúcar (8:1)
- · < 1 ano: 50 a 100 ml
- · >1 anos: 100 e 200 ml
- · ou 10ml/kg
- · Adolescentes: à vontade
Aumentar
ingesta hídrica
Manter dieta
habitual da criança
Orientar
sinais de perigo: sonolência, irritabilidade, etc.
Reavaliação em
24 – 48h
Plano
B – Terapia de Reidratação Oral
(Solução reidratante oral)
- · 75 mMol/L de sódio
- · 75 mMol/L de glicose
- · 245 mMol/L (total)
Realizada na
unidade de saúde
Pesar
RRO: 50 a 100 ml/kg em 4 a 6h
Reavaliação
contínua - ganho de peso, sinais de
desidratação, diurese
Suspender
dieta, exceto leite materno
Alta com plano
A (ou seja, quando criança está reidratada)
. Pacotes de solução reidratação oral
Indicações
de Gastróclise (Via SNG) – Falha da solução de reidratação oral
·
Recusa persistente da SRO
·
Vômitos persistentes (maior ou igual a 4
episódios/hora)
·
Distensão abdominal acentuada (peristalse
positiva)
·
Perda de peso após duas horas de TRO*
Sonda
nasogástrica: volume de 20 a 30 ml/kg/h
Falha da
gastróclise: hidratação EV
Plano
C – Hidratação venosa
Ringer Lactato
ou SF (NaCl 0,9%) – 100ml/kg
·
< 1 ano (6h): 30ml/kg em 1h + 70ml/kg em 5h
·
>1 ano (3h): 30ml/kg em 30 minutos + 70 ml/kg
em 2 horas e meia
Iniciar TRO
tão logo possível: 5ml/kg/h
Reavaliação após
3 a 6h
Suplementação de Zinco
Vantagens
Reduz a
duração e gravidade
Diminui o
risco de recorrência
Cofator de
enzimas para crescimento dos enterócitos
Dose
(10 a 14 dias)
< 6 meses:
10 mg/dia
>6 meses:
20mg/dia
Antimicrobianos
Shigelose (disenteria)
com comprometimento do estado geral
Crianças com
fator de risco para doença sistêmica (salmonela)
Suspeita de
cólera
Parasitose
Contra- indicados
Refrigerantes
Inibidores da
peristalse
Adsorventes
Antipiréticos
Antieméticos
Prevenção
Água e esgoto
Vacinação
contra o rotavírus
Promoção do
aleitamento materno
Promoção da
higiene pessoal
Introdução de
leite sem lactose é medida terapêutica plausível apenas em casos de diarreia
persistente (> 14d), pois a permanência dos sintomas podem ser decorrente de
intolerância transitória à lactose. Após agravo agudo à mucosa intestinal, pode
haver perda do topo das vilosidades e, consequentemente, perda da lactase aí
presente, levando a incapacidade transitória de “digestão”
Probióticos
Definidos pela
OMS como qualquer microrganismo vivo (bactéria ou levedura) capaz de trazer
benefícios ao organismo humano
Benefícios na
prevenção e tratamento das gastroenterites infecciosas
Exemplos:
Lactobacillus (produtores de ácido lático) e levedura (Saccharomices)
Mecanismos de
ação:
- Colonizar a flora intestinal, competindo com agentes patogênicos
- Realizar imunomodulação local, ora estimulando o sistema imune local, ora inativando toxinas patogênicas
- Melhorar capacidade nutricional, facilitando, por exemplo, digestibilidade da lactose
DISENTERIA INFECCIOSA
Diarreia
invasiva com presença de leucócitos e sangue nas fezes
Agentes
etiológicos: E. coli (verotoxina), Shigella (Shigatoxina), Salmonella
Indicações de antibioticoterapia:
·
Disenteria com comprometimento do estado geral
·
Casos suspeitos de cólera com desidratação grave
·
Infecções sintomáticas por giárdia
Tratamento
para salmonelose: recomendado para doença sistêmica, menores de 3 meses, doença
gastrointestinal crônica, hemonoglobinopatias e imunossupressão
Shigella
Bactéria Gram
negativa
Cursa com
manifestações neurológicas
Convulsões
associadas a quadros de gastroenterite aguda podem ser convulsões febris,
quando a febre acompanha o quadro gastrointestinal, ou convulsões afebris
associadas a complicações da gastroenterite aguda, como desidratação,
distúrbios hidroeletrolíticos, hipoglicemia ou por propriedades neurotóxicas
(como no caso da Shigella)
Produz duas
toxinas: uma citotoxina (“toxina de Shiga”), que pode levar a quadro de
síndrome hemolítico- urêmica, e uma neurotoxina
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