segunda-feira, 21 de novembro de 2016

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

Doenças crônicas e idiopáticas: doenças de Crohn e retocolite ulcerativa

ETIOPATOGÊNESE
Agente infeccioso? Até agora, nenhuma infecção foi estabelecida como etiologia
Descontrole (exacerbação) de uma “inflamação fisiológica” protetora contra agressores externos
Fatores exógenos exacerbariam resposta anormal: fumo, enteropatógenos
Perda dos linfócitos T reguladores que expressam o marcador FoxP3+, com função de inibir ou modular a resposta imune fisiológica
FoxP3: fatores de transcrição para mediadores de resposta inflamatória, como o IL10 e o TFG-Beta

Genética
As doenças inflamatórias intestinais são poligênicas: mais de 100 loci diferentes identificados
Mutações específicas e peso das mutações ainda é desconhecido
Genes compartilhados –> coexistência de AR, LES, espondilite anquilosante, DM1, psoríase
Poucas associações genéticas bem definidas: gene NOD2/CARD15 e doença de Crhon fibroestenosante do íleo;
Até o momento, os loci identificados e associações não tem qualquer utilidade prática

Epidemiologia
Brancos, “ricos” e “urbanos”
Dois picos: 15 – 30 anos e 55 -65 anos
Homem: Mulher
·         RCU 1:1
·         DC 1,8 :1
Principal fator de risco: história familiar positiva (5 – 10%). Em doença de Chron, a localização da doença tende a se repetir
Associação com síndrome de Turner e imunodeficiências (hipogamaglobulinemia)
Cigarro: diminuição de 60% de risco de RCU, e aumento em 2x o risco de DC


Diferenciação entre ambas: critérios clínicos, endoscópicos e histológicos
Em 20% dos casos não é possível a distinção

Anatomopatologia: Retocolite Ulcerativa
1.       RCU é doença exclusiva do cólon – sempre começa no reto
2.       Exclusiva da mucosa
3.       Tipicamente ascendente e uniforme (contínua)
Formas:
·         Leve: mucosa eritematosa e granular
·         Grave: mucosa edemaciada e ulcerada
·         Longa duração: pseudopólipos, atrofia e retração fibrótica
Extensão variável:
A.      40 -50%: doença se restringe à mucosa retal até 15cm da linha denteada (proctite) ou atinge o sigmoide, até 30 cm da linha denteada (proctossigmoidite)
B.      30 – 40%: pode se estender até flexura esplênica (colite esquerda ou subtotal)
C.      20 – 30%: inflamação além da flexura esplênica (pancolite) – 10 – 20% desenvolvem “ileíte de refluxo”
Aspecto macroscópico:
a.       Desaparecimento do padrão vascular típico do cólon
b.      Hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e exsudação de muco, pus ou sangue
c.       Formação de pseudopólipos (15 -30%)
d.      Mucosa pálida, atrófica, com aspecto tubular (cronicidade)
Alterações evolutivas: inflamação e necrose do epitélio das criptas (criptite), com ulcerações rasas que se estendem até a lâmina própria
RCU grave: pode comprometer submucosa e muscular
RCU de longa evolução (cronicidade):
1.       Perda das haustrações (distorção das criptas – escassez, abscessos)
2.       Espessamento da musculatura lisa com aspecto de cano de chumbo
3.       Agregados linfóides

Anatomopatologia: Doença de Chron
Enterite regional
Geralmente poupa o reto
Pode acometer qualquer parte do tubo digestivo (“da boca ao ânus”)
Não acomete o trato intestinal de forma homogênea
Acometimento macroscópico em diferentes locais ao mesmo tempo, isto é, separados por trechos de mucosa normal (lesões “salteadas”)
Acometimento descontínuo e focal (macro e microscopicamente)
Alterações patológicas inflamatórias transmurais: pode levar a espessamento, estenose e fístulas (processo perfurativo da parede)
Aglomerados linfóides são comuns em mucosa, submucosa e serosa
Granulomas não caseosos (30%): achado patognomônico se excluídas outras afecções granulomatosas (TB, sarcoidose, etc.)
·         Todas as camadas (inclui mesentério e peritônio)
·         Biópsia endoscópica: diagnostica 30%
·         Peça cirúrgica: diagnostica 50%
Leves (iniciais): úlceras aftosas
Grave: úlceras lineares (“pedra de calçamento”); pseudopólipos; creeping fat (gordura mesentérica abraça a parede do intestino acometida)
Macroscopicamente, atinge porção distal do íleo e cólon ascendente. Outros padrões:
a)      Acometimento exclusivo do cólon (20%)
b)      Doença limitada ao intestino delgado (30-40%)
c)       Delgado + cólon: 40 – 55%
d)      75% tem acometimento de delgado, destes 90% tem ileíte terminal
e)      Comprometimento da cavidade oral (5%) ou da mucosa gastroduodenal, e porcentagem menor ainda possui lesões de esôfago e intestino delgado proximal
f)       1/3 tem doença perianal (fístulas, fissuras, abscessos)
Alteração macroscópica característica: invasão da serosa por tecido adiposo

Critérios para diferenciação entre RCU e DC
1- Localização
2- Padrão de acometimento da mucosa
3- Envolvimento ou não de planos profundos com potencialidade para formação de fístulas
4- Envolvimento do canal anal (exclusivo da DC)
5- Presença de granulomas não caseosos
6- Presença de fístulas

Manifestações clínicas: Retocolite ulcerativa
Correlação direta entre sintomas e extensão da doença
Geralmente se apresenta como episódios de diarreia invasiva (sangue, muco e pus [disenteria]) que variam de intensidade e duração, e são intercalados por períodos assintomáticos; tenesmo; dor abdominal
Principais sintomas: diarreia sanguinolenta e dor abdominal, acompanhada de febre e sintomas gerais
Início insidioso – diagnóstico feito em média 9 meses após início do quadro:
1.       Crescente urgência pra defecar
2.       Leves cólicas abdominais baixas
3.       Aparecimento de sangue e muco nas fezes
Processo confinado ao retossigmoide (proctite): fezes normais ou endurecidas, podendo haver constipação; tenesmo; sangue e muco; sem dor
Doença grave (15%): queixas sistêmicas – febre, sudorese, perda ponderal, inapetência, manifestações em tecidos extraintestinais
Anormalidade laboratorial: anemia ferropriva por perda crônica de sangue; hipoalbuminemia (exsudação a partir do cólon); leucocitose com desvio (pacientes graves); aumento de reagentes de fase aguda (PCR, VHS, plaquetas); aumento de lactoferrina e calprotectina fecal (se correlacionam com grau de inflamação na parede do cólon)
Enema opaco:
·         Granularidade (leve)
·         Ulcerações (grave)
·         Cano de chumbo (crônico)
TC não é necessária, mas denota:
·         Espessamento mural
·         Delgado normal
·         Gordura perirretal e pré- sacral
·         Reto em “alvo”

Manifestações clínicas: Doença de Crohn
Características comuns da enterite regional são de uma ileocolite:
1.       Diarreia crônica invasiva associada à dor abdominal
2.       Sintomas gerais: febre, anorexia, perda de peso
3.       Massa palpável em QID (pode ser alça intestinal edemaciada, ou abscesso intraperitoneal)
4.       Doença perianal
Sintomas em função da localização no trato gastrointestinal:
a)      Manifestações similares à RCU
b)      Acometimento extenso e crônico do delgado geralmente cursa com síndrome disabsortiva grave, seguida por desnutrição e debilidade crônica
c)       DC gastroduodenal imita a doença ulcerosa péptica: epigastralgia, náuseas e vômitos
A inflamação inicial sempre evolui para um de dois padrões: fibroestenosante ou fistulizante
Laboratório igual a RCU
Êntero – TC: ingestão de contraste baritado, visualização de toda a extensão do TGI, com foco no delgado
Êntero – RNM: criança e paciente com muita exposição à radiação; superior para ver complicações pélvicas
Melhor exame: cápsula endoscópica

Complicações da Doença de Crohn
Obstrução intestinal: 40%
Abscessos cavitários 10 – 30%
Perfuração 1 – 2%

Complicações das DII
1. Sangramentos
Macroscópicos: comuns na RCU
Na DC: mais comuns na colite (50%) do que na ileocolite (25%)

2. Megacólon tóxico/ perfuração/ peritonite
Inflamação transmural grave compromete camada muscular, adelgaçando parede intestinal – penetração de bactérias na parede intestinal
Dilatação colônica com diâmetro > 6 cm em RX simples de abdome + dor abdominal espontânea/ descompressão + febre alta + diminuição da peristalse é diagnóstica de megacólon tóxico

Critérios diagnósticos de megacólon tóxico
Evidências radiográficas de distensão colônica
3 dos seguintes critérios:


·         Febre > 38ºC
·         FC > 120bpm
·         Leucocitose com neutrofilia > 10500
·         Anemia


Além dos citados acima, pelo menos um de:


·         Desidratação
·         Alteração do nível de consciência
·         Distúrbios eletrolíticos
·         Hipotensão arterial



Raio X: acúmulo intraluminal de gás e cólon dilatado
Dor abdominal importante e persistente, distensão, náuseas e vômitos e parada na eliminação de gases e fezes
Hipotensão e desidratação: perda de líquidos para o “terceiro espaço”
Considerado forma grave de colite ulcerativa, e deve ser temido em pacientes com colite grave, mesmo que segmentar
Mesmo antes da ruptura do cólon, o paciente experimenta grave comprometimento multissistêmico em decorrência de SIRS, explicada pela grande translocação bacteriana intestinal que ocorre, pois a parede colônica intensamente inflamada apresenta importante “quebra de barreira” sendo invadida por germes Gram negativos presentes na microbiota intestinal
Desencadeantes: narcóticos e distúrbios eletrolíticos. Uso de antiespasmódicos/ antidiarreicos em portadores de enteropatias inflamatórias é um clássico fator de risco
Complicações perigosas: perfuração e peritonite séptica
Raro: colite tóxica extrema que perfura sem dilatar
Deve ser tratado de forma clínica intensiva, logo nos primeiros estágios, a fim de se reduzir o risco de perfuração e devolver o cólon para a atividade motora normal
Cateter nasogástrico em sucção, em conjunto com reposição hidroeletrolítica intensiva e antibióticos de largo espectro (ampi-sulbactam, levofloxacina + metronidazol, cefazolina + metronidazol) e administração de corticoides parenterais
Ausência de resposta em 12-24h pode indicar proctocolectomia (trata o megacolon tóxico e cura a retocolite ulcerativa)
Importante excluir outras causas de megacólon tóxico (infecciosas, inflamatórias, outras causas)

3. Estenoses
Resultam do comprometimento repetitivo e grave dos planos profundos da parede intestinal, sendo mais comuns na DC
Se houver estenose, predominam sintomas de obstrução parcial: cólicas, distensão abdominal pós-prandiais, constipação/diarreia paradoxal e massa palpável

4. Fístulas
Típicas da DC e podem resultar em massas inflamatórias e abscessos, quando se estendem para estruturas adjacentes
Mais comuns: enteroentéricas, enterovesicais, enteromesentéricas, enterocutâneas, retovaginais, fístulas e abscessos perianais

5. Câncer
Dependência de 2 fatores:
·         Extensão do acometimento da mucosa
·         Duração da doença
RCU e CA
Adenocarcinoma de cólon pode ocorrer em pacientes com RCU assintomática de longa duração, risco ainda maior se houver colangite esclerosante associada
A agressão inflamatória crônica à mucosa intestinal eleva a chance de surgir displasia e neoplasia
Lesão precursora: displasia da mucosa – identificadas em biópsias guiadas por colonoscopia
Displasia epitelial confirmada: indicação de colectomia
Realiza-se biópsias “de vigilância” em toda a extensão do cólon, devendo ser iniciadas depois de 8 a 10 anos de vigência de colite extensa e repetidas a cada 1 a 2 anos

Manifestações extraintestinais
1/3 dos pacientes
Algumas manifestações reumatológicas tem correlação com atividade da doença, porém outras apresentam curso independente
Acompanham a atividade da doença intestinal o eritema nodoso e a artrite periférica (geralmente, o paciente faz as duas simultaneamente)
Não acompanham a atividade da doença o pioderma gangrenoso, a espondilite anquilosante/sacroileíte, colangite esclerosante primária e a uveíte anterior

Sorologia
Auxilia no diagnóstico de doença inflamatória intestinal e diferenciação entre DC e RCU
Refletem resposta anti-inflamatória da mucosa
Principal utilidade: diferenciação nos quadros de colite indeterminada
ASCA (Antissacharomyces cerevisiae): Presentes em 60 – 70% dos portadores de doença de Chron (baixa sensibilidade). Quando positivos, e especialmente se acompanhados de p-ANCA negativos (mais importantes na RCU – 60 a 70%), são altamente específicos para DC
Na doença de Crhon:
Anti-OmpC: 55%
Anti-I2: 50 – 54%
Anti- CBir1: 50%
Questiona-se utilidade também para prognóstico da doença. Porém, dados clínicos são superiores para prognóstico:
·         Necessidade de corticoide
·         Idade < 40 anos
·         Doença perianal
Os três fatores associados acima apontam para DC incapacitante em 5 anos

Diagnóstico
Clínica, imagem e endoscopia
Descartar infecção: coprocultura, pesquisa de toxinas (Clostridium difficile), exame parasitológico de fezes, biópsias (fungos e vírus)
Em cerca de 15% dos pacientes, não será possível a diferenciação (colite indeterminada). Na maioria, a diferenciação pode ser feita com a evolução da doença

Tratamento
Step Up x Top Down
Step up: começa-se com tratamento mais leve e sobe-se a potência de acordo com resposta do paciente (drogas mais antigas, mais baratas, etc.)
Top down: começa-se com as últimas drogas (biológicos), desmamando-se as drogas
Maioria dos autores recomenda o step up

Colite
Sulfassalazina: núcleo de sulfapiridina (antibiótico) + mesalamina; atravessa o tubo digestivo e é quebrada apenas no colo, por ação das bactérias da microbiota colônica (uso apenas na colite)
·         Sulfapiridina: bactérias colônicas (efeitos colaterais)
·         Mesalamina: efeito terapêutico (mais importante)
o   Aumento de PPARy; diminuição de NFkbeta e de citocinas
50 – 75% de resposta na RCU leve e moderada
Usada para indução e remissão
Em casos de Crohn, só funciona se houver colite

Preparações 5-ASA sem sulfa
Olsalazina: mesalamina + mesalamina
Balsalazina: mesalamina + aminobenzoil- alanina
·         Só atuam na colite (RCU e colite de Chron)
Asacol: mesalamina revestida (liberada em contato com pH >7)
·         Trata doenças de delgado
Pentasa: mesalamina microesferas
·         Impregnam a superfície do tubo digestivo
Dose única:
·         Lialda (mesalamina MMX)
·         Apriso (mesalamina em grânulos revestidos)
Supositório de 5 ASA: proctite
Enema de mesalamina: colite esquerda

Glicocorticoides
Só indução ao tratamento, nunca manutenção
RCU moderada-grave
DC moderada-grave
Refratariedade ao 5-ASA
VO (prednisona), IV (metilprednisolona, hidrocortisona) ou VR
Enema de mesalamina é superior ao enema de corticoides
Doença de Crohn ileal: budesonida de liberação controlada
·         Maior efeito de primeira passagem quando tomada pela via oral

Antimicrobianos
Doença de Crohn inflamatória, fistulizante e perianal
RCU: só utilizada na “bolsite” (proctocolectomia com bolsa ileal inflamada)
Ciprofloxacino: efeito colateral – ruptura do tendão de aquiles (tendinopatia)
Metronidazol: efeito colateral – neuropatia periférica
Uso crônico destes antimicrobianos pode levar à resistência

Poupadores de corticoide
Utilizadas para desmame do glicocorticoide e continuidade da remissão da doença
Azatioprina e 6 mercaptopurina: DC e RCU
Metrotrexate: somente na DC
Ciclosporina IV: RCU refratária (82% de resposta)
Tacrolimus: DC ou RCU refratária a Azatioprina

Biológicos
Doença refratária aos demais tratamentos
Agentes Anti-TNF
·         Infliximab: Ig “quimérica”; principal efeito colateral é desenvolvimento de reação alérgica e desenvolvimento de resposta imune contra a droga (por ser quimérica); somente IV – a cada 8 semanas
·         Adalimumab: Ig “humanizada”; causa menos reação alérgica e imune; formulações subcutâneas
·         Certolizumab pegol: Ig “peguilhado” (ligada ao polietilenoglicol – permite liberação lenta do medicamento); meia vida mais longa
Indicados na doença refratária para indução e manutenção do tratamento
2/3 dos pacientes tem resposta inicial
Podem ser combinados com azatioprina
Riscos: aumento do risco de infecções oportunistas (TB) e desenvolvimento de neoplasias
Não respondedores iniciais ou refratários:
·         Natalizumab: anticorpo monoclonal anti-integrina
·         Risco de doenças oportunistas – risco de LEMP

Mesalazina: manutenção e remissão nos casos de Chron, manutenção em RCU
Infliximab (anticorpomonoclonal contra o TNF): uso em Chron e RCU
Na DC, pacientes com falência primária à terapia de primeira linha (corticoide e imunomoduladores), ou que perdem responsividade após controle inicial, ou que desenvolvem paraefeitos intoleráveis a despeito de um bom controle clínico: indicação de terapia biológica – agentes anti TNF alfa (infliximab)

Outras abordagens
Dieta zero + nutrição parenteral
Dietas elementares
DC: só indução, não na manutenção
RCU: sem efeito

Tratamento Cirúrgico
Retocolite Ulcerativa
Procedimento de escolha: IPAA (anastomose ileoanal com bolsa ileal) – retira-se o cólon e a partir do íleo confecciona-se uma bolsa ileal próxima ao canal anal (reservatório de fezes – objetiva simular o sigmoide)
 Objetivo: curar a doença!
Preserva o esfíncter anal
Evacuação de 6 a 8 vezes ao dia
Indicações:


·         Irritabilidade
·         Hemorragia maciça
·         Doença fulminante
·         Megacólon tóxico
·         Perfuração
·         Displasia/ câncer
·         Obstrução
·         Doença extracolônica intratável


Principal complicação aguda (pós operatório): obstrução (10%)
Principal complicação crônica: bolsite (30 – 50%)
·         Frequência, urgência, incontinência noturna, artalgia, febre
·         Tratamento: antibioticoterapia (ciprofloxacino)
·         Retratários aos ATB: tratamento com imunossupressão
·         Falha: conversão para ileostomia
·         Resposta: prevenção da recidiva com concentrado de probióticos
Reabordagem da IPAA: retirada da bolsa ileal e ileostomia definitiva

Doença de Crhon
Cirurgia não é curativa
Cirurgia em 80% na doença ileal, 50% na doença colônica
Principal indicação: oclusão intestinal
·         Procedimento de escolha: estricturoplastia (estenosoplastia) – tenta-se ao máximo evitar a ressecção intestinal; visa preservar o comprimento do tubo gastrintestinal, prevenindo a síndrome do intestino curto
Outras indicações: hemorragias, fístulas refratárias, abscessos, câncer
·         Procedimento de escolha: ressecção intestinal segmentar (não se faz IPAA)
Prevenção da recidiva pós operatória: Azatioprina ou anti-TNF no pós operatório; Colonoscopia de controle 6 meses após o procedimento
Fatores de risco:


·         Tabagismo
·         Doença penetrante
·         História prévia de recidiva precoce
·         História de múltiplas cirurgias
·         Idade jovem na primeira cirurgia



Prevenção do Câncer
RCU se associa mais à neoplasia colorretal; na DC, só se houver colite
Se doença perianal (Crohn): neoplasia escamosa do canal anal
DC: risco de adenocarcinoma de delgado
Pancolite: risco de neoplasia aumenta após 8 a 10 anos da doença
·         Colonoscopia com biópsia após 8 a 10 anos da doença, repetida anual ou bianualmente
Colite esquerda: após 12 a 15 anos
·         Colonoscopia com biópsia anual ou bianual, a partir de 12 anos
Displasia:
·         RCU: IPAA
·         DC: colectomia segmentar ou total
Adenoma:
·         Sem displasia: ressecção endoscópica
·         Se displasia, IPAA ou colectomia

COLITE PSEUDOMEMBRANOSA
Colonoscopia: colite macroscópica (musoca hiperemiada e exsudativa) e formação de “pseudomembranas” amareladas (no anatomopatológico se manifestam como tampões mucosos fibrinoleucocitários)
Principal deflagrador: uso de antimicrobianos, em particular a clindamicina (2%)
Diagnóstico: pesquisa de toxina de C. difficile nas fezes
Critérios para COM grave:
1.       Leucocitose > 20.000
2.       Injúria renal aguda associada
3.       Dor abdominal intensa e/ou mais do que 10 evacuações/dia

Tratamento da doença não grave: Metronidazol oral (500mg 8/8h por 10 a 14d)

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