Doenças crônicas e idiopáticas:
doenças de Crohn e retocolite ulcerativa
ETIOPATOGÊNESE
Agente infeccioso? Até agora,
nenhuma infecção foi estabelecida como etiologia
Descontrole (exacerbação) de uma
“inflamação fisiológica” protetora contra agressores externos
Fatores exógenos exacerbariam
resposta anormal: fumo, enteropatógenos
Perda dos linfócitos T
reguladores que expressam o marcador FoxP3+, com função de inibir ou modular a
resposta imune fisiológica
FoxP3: fatores de transcrição
para mediadores de resposta inflamatória, como o IL10 e o TFG-Beta
Genética
As doenças inflamatórias
intestinais são poligênicas: mais de 100 loci diferentes identificados
Mutações específicas e peso das
mutações ainda é desconhecido
Genes compartilhados –>
coexistência de AR, LES, espondilite anquilosante, DM1, psoríase
Poucas associações genéticas bem
definidas: gene NOD2/CARD15 e doença de Crhon fibroestenosante do íleo;
Até o momento, os loci
identificados e associações não tem qualquer utilidade prática
Epidemiologia
Brancos, “ricos” e “urbanos”
Dois picos: 15 – 30 anos e 55 -65
anos
Homem: Mulher
·
RCU 1:1
·
DC 1,8 :1
Principal fator de risco:
história familiar positiva (5 – 10%). Em doença de Chron, a localização da doença
tende a se repetir
Associação com síndrome de Turner
e imunodeficiências (hipogamaglobulinemia)
Cigarro: diminuição de 60% de
risco de RCU, e aumento em 2x o risco de DC
Diferenciação entre ambas:
critérios clínicos, endoscópicos e histológicos
Em 20% dos casos não é possível a
distinção
Anatomopatologia: Retocolite Ulcerativa
1. RCU
é doença exclusiva do cólon – sempre começa no reto
2. Exclusiva
da mucosa
3. Tipicamente
ascendente e uniforme (contínua)
Formas:
·
Leve: mucosa eritematosa e granular
·
Grave: mucosa edemaciada e ulcerada
·
Longa duração: pseudopólipos, atrofia e retração
fibrótica
Extensão variável:
A. 40
-50%: doença se restringe à mucosa retal até 15cm da linha denteada (proctite)
ou atinge o sigmoide, até 30 cm da linha denteada (proctossigmoidite)
B. 30
– 40%: pode se estender até flexura esplênica (colite esquerda ou subtotal)
C. 20
– 30%: inflamação além da flexura esplênica (pancolite) – 10 – 20% desenvolvem
“ileíte de refluxo”
Aspecto macroscópico:
a. Desaparecimento
do padrão vascular típico do cólon
b. Hiperemia,
edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e exsudação de muco, pus ou sangue
c. Formação
de pseudopólipos (15 -30%)
d. Mucosa
pálida, atrófica, com aspecto tubular (cronicidade)
Alterações evolutivas: inflamação
e necrose do epitélio das criptas (criptite), com ulcerações rasas que se
estendem até a lâmina própria
RCU grave: pode comprometer
submucosa e muscular
RCU de longa evolução
(cronicidade):
1. Perda
das haustrações (distorção das criptas – escassez, abscessos)
2. Espessamento
da musculatura lisa com aspecto de cano de chumbo
3. Agregados
linfóides
Anatomopatologia: Doença de Chron
Enterite regional
Geralmente poupa o reto
Pode acometer qualquer parte do
tubo digestivo (“da boca ao ânus”)
Não acomete o trato intestinal de
forma homogênea
Acometimento macroscópico em
diferentes locais ao mesmo tempo, isto é, separados por trechos de mucosa
normal (lesões “salteadas”)
Acometimento descontínuo e focal
(macro e microscopicamente)
Alterações patológicas
inflamatórias transmurais: pode levar a espessamento, estenose e fístulas
(processo perfurativo da parede)
Aglomerados linfóides são comuns
em mucosa, submucosa e serosa
Granulomas
não caseosos (30%): achado patognomônico se excluídas outras afecções
granulomatosas (TB, sarcoidose, etc.)
·
Todas as camadas (inclui mesentério e peritônio)
·
Biópsia endoscópica: diagnostica 30%
·
Peça cirúrgica: diagnostica 50%
Leves (iniciais): úlceras aftosas
Grave: úlceras lineares (“pedra
de calçamento”); pseudopólipos; creeping fat (gordura mesentérica abraça a
parede do intestino acometida)
Macroscopicamente, atinge porção
distal do íleo e cólon ascendente. Outros padrões:
a) Acometimento
exclusivo do cólon (20%)
b) Doença
limitada ao intestino delgado (30-40%)
c) Delgado
+ cólon: 40 – 55%
d) 75%
tem acometimento de delgado, destes 90% tem ileíte terminal
e) Comprometimento
da cavidade oral (5%) ou da mucosa gastroduodenal, e porcentagem menor ainda
possui lesões de esôfago e intestino delgado proximal
f) 1/3
tem doença perianal (fístulas, fissuras, abscessos)
Alteração macroscópica
característica: invasão da serosa por tecido adiposo
Critérios para diferenciação entre RCU e DC
1- Localização
2- Padrão de acometimento da
mucosa
3- Envolvimento ou não de planos
profundos com potencialidade para formação de fístulas
4- Envolvimento do canal anal
(exclusivo da DC)
5- Presença de granulomas não
caseosos
6- Presença de fístulas
Manifestações clínicas: Retocolite ulcerativa
Correlação direta entre sintomas
e extensão da doença
Geralmente se apresenta como
episódios de diarreia invasiva (sangue, muco e pus [disenteria]) que variam de
intensidade e duração, e são intercalados por períodos assintomáticos; tenesmo;
dor abdominal
Principais sintomas: diarreia
sanguinolenta e dor abdominal, acompanhada de febre e sintomas gerais
Início insidioso – diagnóstico
feito em média 9 meses após início do quadro:
1. Crescente
urgência pra defecar
2. Leves
cólicas abdominais baixas
3. Aparecimento
de sangue e muco nas fezes
Processo confinado ao
retossigmoide (proctite): fezes normais ou endurecidas, podendo haver
constipação; tenesmo; sangue e muco; sem dor
Doença grave (15%): queixas
sistêmicas – febre, sudorese, perda ponderal, inapetência, manifestações em
tecidos extraintestinais
Anormalidade laboratorial: anemia
ferropriva por perda crônica de sangue; hipoalbuminemia (exsudação a partir do
cólon); leucocitose com desvio (pacientes graves); aumento de reagentes de fase
aguda (PCR, VHS, plaquetas); aumento de lactoferrina e calprotectina fecal (se
correlacionam com grau de inflamação na parede do cólon)
Enema opaco:
·
Granularidade (leve)
·
Ulcerações (grave)
·
Cano de chumbo (crônico)
TC não é necessária, mas denota:
·
Espessamento mural
·
Delgado normal
·
Gordura perirretal e pré- sacral
·
Reto em “alvo”
Manifestações clínicas: Doença de Crohn
Características comuns da
enterite regional são de uma ileocolite:
1. Diarreia
crônica invasiva associada à dor abdominal
2. Sintomas
gerais: febre, anorexia, perda de peso
3. Massa
palpável em QID (pode ser alça intestinal edemaciada, ou abscesso intraperitoneal)
4. Doença
perianal
Sintomas em função da localização
no trato gastrointestinal:
a) Manifestações
similares à RCU
b) Acometimento
extenso e crônico do delgado geralmente cursa com síndrome disabsortiva grave,
seguida por desnutrição e debilidade crônica
c) DC
gastroduodenal imita a doença ulcerosa péptica: epigastralgia, náuseas e
vômitos
A inflamação inicial sempre
evolui para um de dois padrões: fibroestenosante ou fistulizante
Laboratório igual a RCU
Êntero – TC: ingestão de
contraste baritado, visualização de toda a extensão do TGI, com foco no delgado
Êntero – RNM: criança e paciente
com muita exposição à radiação; superior para ver complicações pélvicas
Melhor exame: cápsula endoscópica
Complicações da Doença de Crohn
Obstrução intestinal: 40%
Abscessos cavitários 10 – 30%
Perfuração 1 – 2%
Complicações das DII
1. Sangramentos
Macroscópicos: comuns na RCU
Na DC: mais comuns na colite
(50%) do que na ileocolite (25%)
2. Megacólon tóxico/ perfuração/
peritonite
Inflamação transmural grave compromete
camada muscular, adelgaçando parede intestinal – penetração de bactérias na
parede intestinal
Dilatação colônica com diâmetro
> 6 cm em RX simples de abdome + dor abdominal espontânea/ descompressão +
febre alta + diminuição da peristalse é diagnóstica de megacólon tóxico
Critérios diagnósticos de
megacólon tóxico
Evidências radiográficas de
distensão colônica
3 dos seguintes critérios:
·
Febre > 38ºC
·
FC > 120bpm
·
Leucocitose com neutrofilia > 10500
·
Anemia
Além dos citados acima, pelo
menos um de:
·
Desidratação
·
Alteração do nível de consciência
·
Distúrbios eletrolíticos
·
Hipotensão arterial
Raio X: acúmulo intraluminal de
gás e cólon dilatado
Dor abdominal importante e
persistente, distensão, náuseas e vômitos e parada na eliminação de gases e
fezes
Hipotensão e desidratação: perda
de líquidos para o “terceiro espaço”
Considerado forma grave de colite
ulcerativa, e deve ser temido em pacientes com colite grave, mesmo que
segmentar
Mesmo antes da ruptura do cólon,
o paciente experimenta grave comprometimento multissistêmico em decorrência de
SIRS, explicada pela grande translocação bacteriana intestinal que ocorre, pois
a parede colônica intensamente inflamada apresenta importante “quebra de
barreira” sendo invadida por germes Gram negativos presentes na microbiota
intestinal
Desencadeantes: narcóticos e
distúrbios eletrolíticos. Uso de antiespasmódicos/ antidiarreicos em portadores
de enteropatias inflamatórias é um clássico fator de risco
Complicações perigosas:
perfuração e peritonite séptica
Raro: colite tóxica extrema que
perfura sem dilatar
Deve ser tratado de forma clínica
intensiva, logo nos primeiros estágios, a fim de se reduzir o risco de
perfuração e devolver o cólon para a atividade motora normal
Cateter nasogástrico em sucção,
em conjunto com reposição hidroeletrolítica intensiva e antibióticos de largo
espectro (ampi-sulbactam, levofloxacina + metronidazol, cefazolina +
metronidazol) e administração de corticoides parenterais
Ausência de resposta em 12-24h
pode indicar proctocolectomia (trata o megacolon tóxico e cura a retocolite
ulcerativa)
Importante excluir outras causas
de megacólon tóxico (infecciosas, inflamatórias, outras causas)
3. Estenoses
Resultam do comprometimento
repetitivo e grave dos planos profundos da parede intestinal, sendo mais comuns
na DC
Se houver estenose, predominam
sintomas de obstrução parcial: cólicas, distensão abdominal pós-prandiais,
constipação/diarreia paradoxal e massa palpável
4. Fístulas
Típicas da DC e podem resultar em
massas inflamatórias e abscessos, quando se estendem para estruturas adjacentes
Mais comuns: enteroentéricas,
enterovesicais, enteromesentéricas, enterocutâneas, retovaginais, fístulas e
abscessos perianais
5. Câncer
Dependência de 2 fatores:
·
Extensão do acometimento da mucosa
·
Duração da doença
RCU e CA
Adenocarcinoma de cólon pode
ocorrer em pacientes com RCU assintomática de longa duração, risco ainda maior
se houver colangite esclerosante associada
A agressão inflamatória crônica à
mucosa intestinal eleva a chance de surgir displasia e neoplasia
Lesão precursora: displasia da
mucosa – identificadas em biópsias guiadas por colonoscopia
Displasia epitelial confirmada:
indicação de colectomia
Realiza-se biópsias “de
vigilância” em toda a extensão do cólon, devendo ser iniciadas depois de 8 a 10
anos de vigência de colite extensa e repetidas a cada 1 a 2 anos
Manifestações extraintestinais
1/3 dos pacientes
Algumas manifestações
reumatológicas tem correlação com atividade da doença, porém outras apresentam
curso independente
Acompanham a atividade da doença
intestinal o eritema nodoso e a artrite periférica (geralmente, o paciente faz
as duas simultaneamente)
Não acompanham a atividade da
doença o pioderma gangrenoso, a espondilite anquilosante/sacroileíte, colangite
esclerosante primária e a uveíte anterior
Sorologia
Auxilia no diagnóstico de doença
inflamatória intestinal e diferenciação entre DC e RCU
Refletem resposta
anti-inflamatória da mucosa
Principal utilidade:
diferenciação nos quadros de colite indeterminada
ASCA
(Antissacharomyces cerevisiae): Presentes em 60 – 70% dos portadores
de doença de Chron (baixa sensibilidade). Quando positivos, e especialmente se
acompanhados de p-ANCA negativos (mais
importantes na RCU – 60 a 70%), são altamente específicos para DC
Na doença de Crhon:
Anti-OmpC: 55%
Anti-I2: 50 – 54%
Anti- CBir1: 50%
Questiona-se utilidade também
para prognóstico da doença. Porém, dados clínicos são superiores para prognóstico:
·
Necessidade de corticoide
·
Idade < 40 anos
·
Doença perianal
Os três fatores associados acima
apontam para DC incapacitante em 5 anos
Diagnóstico
Clínica, imagem e endoscopia
Descartar infecção: coprocultura,
pesquisa de toxinas (Clostridium difficile),
exame parasitológico de fezes, biópsias (fungos e vírus)
Em cerca de 15% dos pacientes,
não será possível a diferenciação (colite indeterminada). Na maioria, a
diferenciação pode ser feita com a evolução da doença
Tratamento
Step Up x Top Down
Step up: começa-se com tratamento
mais leve e sobe-se a potência de acordo com resposta do paciente (drogas mais
antigas, mais baratas, etc.)
Top down: começa-se com as
últimas drogas (biológicos), desmamando-se as drogas
Maioria dos autores recomenda o
step up
Colite
Sulfassalazina:
núcleo de sulfapiridina (antibiótico) + mesalamina; atravessa o tubo digestivo
e é quebrada apenas no colo, por ação das bactérias da microbiota colônica (uso
apenas na colite)
·
Sulfapiridina: bactérias colônicas (efeitos
colaterais)
·
Mesalamina: efeito terapêutico (mais importante)
o
Aumento de PPARy; diminuição de NFkbeta e de
citocinas
50 – 75% de resposta na RCU leve
e moderada
Usada para indução e remissão
Em casos de Crohn, só funciona se
houver colite
Preparações
5-ASA sem sulfa
Olsalazina: mesalamina +
mesalamina
Balsalazina: mesalamina +
aminobenzoil- alanina
·
Só atuam na colite (RCU e colite de Chron)
Asacol: mesalamina revestida
(liberada em contato com pH >7)
·
Trata doenças de delgado
Pentasa: mesalamina microesferas
·
Impregnam a superfície do tubo digestivo
Dose única:
·
Lialda (mesalamina MMX)
·
Apriso (mesalamina em grânulos revestidos)
Supositório de 5 ASA: proctite
Enema de mesalamina: colite
esquerda
Glicocorticoides
Só indução ao tratamento, nunca
manutenção
RCU moderada-grave
DC moderada-grave
Refratariedade ao 5-ASA
VO (prednisona), IV
(metilprednisolona, hidrocortisona) ou VR
Enema de mesalamina é superior ao
enema de corticoides
Doença de Crohn ileal: budesonida
de liberação controlada
·
Maior efeito de primeira passagem quando tomada
pela via oral
Antimicrobianos
Doença de Crohn inflamatória,
fistulizante e perianal
RCU: só utilizada na “bolsite”
(proctocolectomia com bolsa ileal inflamada)
Ciprofloxacino: efeito colateral
– ruptura do tendão de aquiles (tendinopatia)
Metronidazol: efeito colateral –
neuropatia periférica
Uso crônico destes
antimicrobianos pode levar à resistência
Poupadores
de corticoide
Utilizadas para desmame do
glicocorticoide e continuidade da remissão da doença
Azatioprina e 6 mercaptopurina:
DC e RCU
Metrotrexate: somente na DC
Ciclosporina IV: RCU refratária
(82% de resposta)
Tacrolimus: DC ou RCU refratária
a Azatioprina
Biológicos
Doença refratária aos demais
tratamentos
Agentes Anti-TNF
·
Infliximab: Ig “quimérica”; principal efeito
colateral é desenvolvimento de reação alérgica e desenvolvimento de resposta
imune contra a droga (por ser quimérica); somente IV – a cada 8 semanas
·
Adalimumab: Ig “humanizada”; causa menos reação
alérgica e imune; formulações subcutâneas
·
Certolizumab pegol: Ig “peguilhado” (ligada ao
polietilenoglicol – permite liberação lenta do medicamento); meia vida mais
longa
Indicados na doença refratária
para indução e manutenção do tratamento
2/3 dos pacientes tem resposta
inicial
Podem ser combinados com
azatioprina
Riscos: aumento do risco de
infecções oportunistas (TB) e desenvolvimento de neoplasias
Não respondedores iniciais ou
refratários:
·
Natalizumab: anticorpo monoclonal anti-integrina
·
Risco de doenças oportunistas – risco de LEMP
Mesalazina: manutenção e remissão
nos casos de Chron, manutenção em RCU
Infliximab (anticorpomonoclonal
contra o TNF): uso em Chron e RCU
Na DC, pacientes com falência
primária à terapia de primeira linha (corticoide e imunomoduladores), ou que
perdem responsividade após controle inicial, ou que desenvolvem paraefeitos
intoleráveis a despeito de um bom controle clínico: indicação de terapia
biológica – agentes anti TNF alfa (infliximab)
Outras
abordagens
Dieta zero + nutrição parenteral
Dietas elementares
DC: só indução, não na manutenção
RCU: sem efeito
Tratamento Cirúrgico
Retocolite
Ulcerativa
Procedimento de escolha: IPAA
(anastomose ileoanal com bolsa ileal) – retira-se o cólon e a partir do íleo
confecciona-se uma bolsa ileal próxima ao canal anal (reservatório de fezes –
objetiva simular o sigmoide)
Objetivo: curar a doença!
Preserva o esfíncter anal
Evacuação de 6 a 8 vezes ao dia
Indicações:
·
Irritabilidade
·
Hemorragia maciça
·
Doença fulminante
·
Megacólon tóxico
·
Perfuração
·
Displasia/ câncer
·
Obstrução
·
Doença extracolônica intratável
Principal complicação aguda (pós
operatório): obstrução (10%)
Principal complicação crônica: bolsite
(30 – 50%)
·
Frequência, urgência, incontinência noturna,
artalgia, febre
·
Tratamento: antibioticoterapia (ciprofloxacino)
·
Retratários aos ATB: tratamento com
imunossupressão
·
Falha: conversão para ileostomia
·
Resposta: prevenção da recidiva com concentrado
de probióticos
Reabordagem da IPAA: retirada da
bolsa ileal e ileostomia definitiva
Doença de
Crhon
Cirurgia não é curativa
Cirurgia em 80% na doença ileal,
50% na doença colônica
Principal indicação: oclusão
intestinal
·
Procedimento de escolha: estricturoplastia
(estenosoplastia) – tenta-se ao máximo evitar a ressecção intestinal; visa
preservar o comprimento do tubo gastrintestinal, prevenindo a síndrome do
intestino curto
Outras indicações: hemorragias,
fístulas refratárias, abscessos, câncer
·
Procedimento de escolha: ressecção intestinal
segmentar (não se faz IPAA)
Fatores de risco:
·
Tabagismo
·
Doença penetrante
·
História prévia de recidiva precoce
·
História de múltiplas cirurgias
·
Idade jovem na primeira cirurgia
Prevenção do Câncer
RCU se associa mais à neoplasia
colorretal; na DC, só se houver colite
Se doença perianal (Crohn):
neoplasia escamosa do canal anal
DC: risco de adenocarcinoma de
delgado
Pancolite: risco de neoplasia
aumenta após 8 a 10 anos da doença
·
Colonoscopia com biópsia após 8 a 10 anos da
doença, repetida anual ou bianualmente
Colite esquerda: após 12 a 15
anos
·
Colonoscopia com biópsia anual ou bianual, a
partir de 12 anos
Displasia:
·
RCU: IPAA
·
DC: colectomia segmentar ou total
Adenoma:
·
Sem displasia: ressecção endoscópica
·
Se displasia, IPAA ou colectomia
COLITE PSEUDOMEMBRANOSA
Colonoscopia: colite macroscópica
(musoca hiperemiada e exsudativa) e formação de “pseudomembranas” amareladas
(no anatomopatológico se manifestam como tampões mucosos fibrinoleucocitários)
Principal deflagrador: uso de
antimicrobianos, em particular a clindamicina (2%)
Diagnóstico: pesquisa de toxina
de C. difficile nas fezes
Critérios para COM grave:
1. Leucocitose
> 20.000
2. Injúria
renal aguda associada
3. Dor
abdominal intensa e/ou mais do que 10 evacuações/dia
Tratamento da doença não grave:
Metronidazol oral (500mg 8/8h por 10 a 14d)
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