Nunca substituir o exame clínico
por exames complementares
Exames escolhidos de acordo com a
necessidade, em geral de 90 a 180 dias antes do ato cirúrgico
Alguns exames, a depender do
estado clínico do paciente, devem ser avaliados mais próximos à cirurgia, em 30
dias
Exames pré-operatórios em pequeno porte e baixo risco de fleisher
A escolha do exame a ser
solicitado é baseada na idade do paciente, no tipo de ato cirúrgico e nas
alterações encontradas na história e exame físico
·
Idade < 45 anos: nenhum exame
·
Idade entre 45 e 54 anos: ECG em pacientes do
sexo masculino
·
Idade entre 55 e 69 anos: ECG, hemograma
completo (plaquetas)
·
Idade > 70 anos: ECG, hemograma completo
·
Se tabagismo, o ECG deve ser solicitado
independente da cirurgia
·
Mulher em idade reprodutiva: bHCG na manhã da
cirurgia
Quando e quais?
Cirurgia cardíaca ou torácica:
ECG, hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, creatinina, ureia, cglicemia,
PTT e radiografia de tórax
Cirurgia vascular: ECG, hemograma
completo, plaquetas, eletrólitos, cretinina, uréia e glicemia
Cirurgias intraperitoneais: ECG,
hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, creatinina, uréia, glicemia e
provas de função hepática
Cirurgia com perda esperada >
2L de sangue: ECG, hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, creatinina,
ureia, glicose, TAP, TTP
Cirurgias intracranianas: ECG,
hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, creatinina, ureia, TAP, TTP e tempo
de sangramento
Cirurgia ortopédica (órteses e
próteses): ECG, hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, cretinina, uréia,
glicemia, TAP, TTP, urinocultura e bacterioscopia
RTU de próstata ou histerectomia:
ECG, hemograma completo, plaquetas, eletrólitos, creatinina, ureia, glicemia,
TAP, TTP
Considerações pré-operatórios
Medicamentos
Anticoagulantes – cumarínicos
(warfarina) – suspensos 5 dias antes; heparina - suspenso 6 horas antes; exame
laboratorial para checagem do INR é essencial, com níveis > 1,5
autorizando a realização da cirurgia
Em pacientes com grande risco tromboembólico, a substituição
da anticoagulação oral por heparina não fracionada é essencial, já que esta
possui meia vida curta (4 horas) e pode ser mantida até 6 horas antes da
cirurgia
Antiplaquetárias: AAS – suspensão
3 dias antes; clopidogrel
Antidepressivos: imipramina,
sertralina – suspensos 2 semanas antes
Antidiabéticos orais: suspensos
no dia da cirurgia, sendo a última dose tomada na véspera do procedimento.
Medita evita episódios de hipoglicemia durante ato cirúrgico e no pós
operatório imediato. Devem ser reintroduzidos quando o paciente retomar ingesta
oral
·
Durante intraoperatório e pós operatório
imediato, valores de glicemia de 140 a 200 são tolerados
·
Com início da ingesta oral, a glicemia de jejum
deve ficar abaixo de 140 nas glicemias colhidas durante o dia, e menores que
180, sempre
Estrógenos, tamoxifeno e
antirretrovirais: suspensos um mês antes
Fitoterápicos: retirada 3 dias
antes da cirurgia
Diuréticos: suspenso o dia
anterior
Antihipertensivos, betabloqueadores,
estatinas, insulina, broncodilatadores, cardiotônicos, anticonvulsivantes,
levotiroxina, glicocorticoides: podem ser utilizadas até o momento do ato
cirúrgico
Tricotomia e preparo da pele
Paciente não deve ser
tricotomizado (exceção: colocação da placa do bisturi elétrico)
Microlesões cutâneas
Aumentam risco de infecção
Banho com soluções degermantes ou
antissépiticas (clorexidina)
DINA
Profilaxia antibiótica
Cirurgia limpa (classe I)
Menos traumática, menos
inflamatória, não há entrada no TGI ou TGU, trato respiratório: S aureus
coagulase negativo – Cefazolinas
Ex: cardíaca, neurocirurgia,
plástica, ortopédica, herniorrafias, tireoidectomia
Cirurgia limpa –
potencialmente contaminada (classe II)
Cirurgias em trato
gastrointestinal ou respiratório sem esvaziamento de conteúdo – gram negativos,
enterobactérias, anaeróbios
Ex: orofaríngea, esôfago,
jejunoileal, biliar, histerectomia
Fluoroquinolonas ou cefazolina +
metronidazol ou ampicilina + sulbactam
Cirurgia contaminada (classe
III)
Estravazamento do conteúdo
luminal de víscera oca, ferida traumática recente, entrada no TGI ou TGU na
presença de conteúdos infectados, infecção à distância
Gram negativos, enterobactérias,
anaeróbios
Ex: apendicite aguda inicial,
colecistite aguda
Fluoroquinolonas ou cefazolina +
metronidazol ou ampicilina + sulbactam
Cirurgia infectada (classe IV)
Infecção clínica prévia à
cirurgia, víscera perfurada prévia ao ato cirúrgico, acesso à coleções
purulentas, ferida traumática com tecido desvitalizado, corpo estranho ou contaminação
fecal
Ex: supurações, perfuração de
vísceras ocas, empiemas
Tratamento
Alérgicos a betalactâmicos:
vancomicina 1g EV 12/12h ou clindamicina 600mg EV 6/6h para cobertura de gram
positivos
Avaliação nutricional
Perdas ponderais maiores que 10%
em 6 meses ou maiores que 5% em 1 mês são consideradas significativas
Os desnutridos apresentam
alterações na imunidade celular. Apresentam dificuldades de cicatrização de
feridas e anastomoses
Os melhores resultados de
nutrição parenteral total foram obtidos nos pacientes com albumina sérica <
2,5g/dl e perda ponderal maior que 10% do peso corporal
Avaliação hematológica
Principais indicações de
hemotransfusão no pré operatório:
·
Níveis de Hb < 6
·
Valores de 6 a 10 em doença isquêmica do
miocárdio ou cérebro vascular
·
Valores de 6 a 10 em cirurgias com perda
estimada de mais de 30% da volemia
Trombocitopenia < 100.000:
contraindicada neurocirurgias e cirurgias oftalmológicas
Trombocitopenia < 50.000
Disfunções plaquetárias – DvW
Trombofilias: mutante do fator V,
deficiência de proteína C ou S, SAAF
Preparo específico
Estenose pilórica
Sondagem gástrica em aspiração
Correção hidroeletrolítica
Nutrição enteral ou parenteral
Cirurgia do cólon
Flora microbiana é responsável
por 90% do peso seco das fezes
“Esterilização” colônica por via
oral
Antibioticoprofilaxia venosa:
evita-se translocação bacteriana pela parede intestinal
Preparo mecânico do cólon
Condições sistêmicas e o preparo pré-operatório
Doença cardiovascular
O ato cirúrgico
Resposta endócrino metabólica:
aumenta-se PA, aumento FC
Aumento do duplo produto: aumenta
risco de IAM
Agentes anestésicos: pode haver
depressão miocárdica, problemas de perfusão
Técnica anestésica
·
Loco regional: dilatação periférica =>
hipotensão
·
Geral
·
Drogas em uso prévio
Hipertensão arterial
Uso da medicação até ato
cirúrgico
Anestesistas aconselham que a
última dose de IECA seja administrada cerca de 10 horas antes da cirurgia
Entubação orotraqueal: aumenta o
risco de aumento da PA
Ideal: manter PA < 140 x 90
mmHg
Diagnóstico etiológico é
fundamental
PA < 180/110
Clonidina
Dexmedetomidina: pode haver
pequeno aumento inicial, depois normalização
Betabloqueadores
·
Anti-hipertensivo e antianginoso
·
Preferencialmente: cardiosseletivos (atenolol,
metoprolol, bisoprolol)
·
Uso indiscriminado pode elevar o risco de AVE
isquêmico no pós-operatório
·
Pacientes isquêmicos sintomáticos em cirurgias
vasculares arteriais
·
Pacientes isquêmicos sintomáticos em cirurgias
não vasculares
·
Pacientes que fazem uso prévio
·
Pacientes de risco cardíaco intermediário
Estatinas
·
Devem ser prescritas em pacientes que vão se
submeter a cirurgias vasculares
·
Reduz a probabilidade de eventos pós operatório
·
Artovastatina
·
Sinvastatina
·
Fluvastatina
Teste provocativo de esforço –
medido em METS
Pacientes que devem ser
submetidos a testes provocativos de isquemia miocárdica antes de cirurgias não
cardíacas:
1. Pacientes
com doença cardíaca ativa
2. Pacientes
de alto risco >= 3 fatores IRCR, com baixa capacidade funcional (< 4METS)
e que serão submetidos a cirurgia vascular de alto risco
Tempo ideal para que um doente
que foi revascularizado possa submeter-se à cirurgia não cadíaca: 6 meses
Tempo ideal para que um doente
que foi submetido à colocação de stent possa submeter-se à cirurgia não
cardíaca: 2 semanas
No caso do Stent farmacológico:
devido ao uso de AAS ou clopidogrel – 12 meses
Diabetes Mellitus
Insulina não deve ser suspensa,
mas ter suas doses modificadas: dose da noite anterior ao procedimento deve
corresponder a 2/3 da dose habitual, e dose da manhã da cirurgia deve ser
reduzida pela metade, com checagem periódica da glicemia capilar e
administração ou não de insulina regular de acordo com resultados obtidos
Ato cirúrgico
Valores elevados ou baixo de
glicemia causam aumento da morbimortalidade
Cirurgias eletivas em diabéticos
devem ser marcadas mais cedo
Sulfanilureias,
tiazolidinedionas:
Clorpropamida interrompidas 48h
antes – não podem ser administrados na manhã da cirurgia



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